Todos os posts de Vicente Natividade

Fiéis de igreja compram bilhete de loteria em sex shop e ficam milionários

Mike-greer Um grupo de amigos e familiares ficou rico depois de ganhar uma bolada de quase 129 milhões dólares com um bilhete de loteria. O que chama atenção é que foi comprado em um sex shop de Detroit e agora parte do dinheiro terá um destino sagrado.

Mike Greer, membro do grupo que fez o bolão, apareceu para reivindicar o prêmio “Powerball” em nome dos outros, que preferem permanecer anônimos. Greer disse apenas que seu grupo dará parte do prêmio para a igreja que eles pertencem.

“A única coisa que consigo pensar é que o Senhor confiou em nós para fazer certas coisas com esse dinheiro que Ele nos deu”, disse. “Essa é a única coisa que passa pela minha cabeça.”

Greer, de 49 anos, morador de Farmington Hills, tem uma empresa de imagem digital. Ele não quis dar detalhes sobre os outros membros do Team Victory (equipe vitória) da igreja a que vários deles pertencem.

Disse ainda que não foi ele que comprou o bilhete e não sabe se foi adquirido dentro da Livraria Uptown ou no balcão que vende loteria em anexo. Mas disse que o grupo não se importa onde foi comprado. Muitos clientes da Uptown, que vende livros eróticos e aluga filmes pornô, compram bilhetes de loteria.

O Team Victory irá dividir cerca de 70 milhões dólares. Eles preferiram receber o valor menor à vista, ao invés de ganhar os 129 milhões em prestações anuais, algo comum na loteria americana. O sorteio teve ainda outro vencedor, Steve Mays, que recebeu 141 milhões dividido em 26 parcelas anuais de 5.4 milhões de dólares.

Fonte: Pavablog / Gospel+
Via: Creio

RedeTV! marca data para que Silas Malafaia, Marco Feliciano e outros pastores deixem a emissora

rede-tv Enquanto algumas emissoras abrem espaço para a grade religiosa, outras reduzem. A Rede TV! estipulou em seu planejamento estratégico que eliminará, até 2015, a venda de espaços na programação para grupos evangélicos.

Já o SBT, que antes rejeitava a hipótese, agora aceita conversar. Este mês, Silas Malafaia esteve com Guilherme Stoliar, superintendente comercial do SBT. Propôs um programa diário noturno.

R.R Soares e Valdemiro Santiago também apresentaram ideias semelhantes recentemente. A tendência é o SBT aceitar (se aceitar) apenas uma delas.

TV Brasil também irá retirar sua programação religiosa do ar

Conselho Curador da Empresa Brasileira de Comunicação tende a vetar atrações que divulguem crença específica.
O Conselho Curador da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação) deve tirar do ar os programas católicos e evangélicos hoje veiculados pela TV Brasil e pelas oito emissoras de rádio que compõem a rede pública criada pelo governo Lula.

Assim tendem a decidir os integrantes do conselho da EBC que analisarão a questão em 7 de dezembro.

O tema religião, porém, não será banido. A ideia é que seja abordado de forma mais ampla, sem programa específico sobre uma ou outra crença.

A proposta deve ser apresentada para votação do conselho sob a forma de uma minuta de resolução.

Está madura entre os conselheiros a ideia de que a rede pública deve aumentar o diálogo com as religiões.

“Elas [as religiões] já possuem tempo em redes privadas para divulgar seu proselitismo. Dar espaço também na rede pública me parece antidemocrático”, diz o conselheiro Daniel Aarão Reis.

Os programas que devem sair da grade são “Reencontro” (evangélico), “Santa Missa” e “Palavras da Vida” (católicos).

Porém uma consulta pública sobre o tema mostrou que, de 140 propostas apresentadas, 118 pediam a manutenção da programação.

Apenas 13 reivindicavam a exclusão dos programas com o argumento de que o Estado brasileiro é laico.

Fonte: Veja e Folha / Gospel+
Via: Creio

Não é preciso de Deus para criar o Universo, diz famoso cientista britânico

Em seu mais recente livro, “The Grand Design” (O Grande Projeto, em tradução livre), o cientista britânico Stephen Hawking, afirma que “não é preciso um Deus para criar o Universo”, pois o Big Bang seria “uma consequência” de leis da Física.

“O fato de que nosso Universo pareça milagrosamente ajustado em suas leis físicas, para que possa haver vida, não seria uma demonstração conclusiva de que foi criado por Deus com a intenção de que a vida exista, mas um resultado do acaso”, explicou um dos tradutores da obra, o professor de Física da Matéria Condensada David Jou, da Universidade Autônoma de Barcelona.

Há 22 anos, em seu livro “Uma Nova História do Tempo”, Hawking via na racionalidade das leis cósmicas uma “mente de Deus“. O cientista inglês acredita agora que as próprias leis físicas produzem universos sem necessidade de que umDeus exterior a elas “ateie fogo” às equações e faça com que suas soluções matemáticas adquiram existência material.

Assim, aquela “mente que regia nosso mundo” se perde na distância dessa multiplicidade cósmica, segundo o tradutor.

Hawking admite a existência das equações como fundamento da realidade, mas despreza se perguntar se tais equações poderiam ser obras de um Deus que as superasse e que transcendesse todos os universos.

Fonte: EFE / Estadão

Malhação gospel

Fiéis de várias religiões utilizam a crença para ajudar na prática da atividade física

A professora Donna Richardson Joyner lançou DVD com uma aula em que os alunos fazem aeróbica ao som de um coro gospel.

Crer em Deus ajuda a malhar? Nos EUA, um número cada vez maior de pessoas aposta que sim. Elas integram um movimento que usa a fé para estimular os exercícios físicos. Há academias, igrejas e personal trainners que oferecem treinos nos quais a religião é a grande motivadora para definir músculos ou perder peso.

Praticantes fazem aula em igreja de Maryland

Neste mercado, há estrelas como a pioneira Donna Joyner. Ela lançou uma aula em DVD na qual aparecem alunos e um coro gospel. Todos fazem exercícios e louvações a Deus. Outro representante do movimento é Paul Eugene, do Gospel Dance Aerobics. “Uso a religião para inspirar as pessoas a continuar a prática”, disse à ISTOÉ.

A fé também é lembrada na hora de resistir às tentações. “Ensinamos aos indivíduos que se voltem para Deus quando sentirem desejo de comer por gula”, disse à ISTOÉ Gwen Shamblin, do Weigh Down Ministries, empresa que cria programas para serem usados em igrejas.

Donna (à frente) é uma das pioneiras da malhação

As aulas são parecidas com as de qualquer academia. De diferente estão as referências e os apelos pela ajuda divina e a presença de símbolos, como a cruz. Fundada há um ano, a empresa ChurchFitness, aliás, especializou-se em construir academias dentro das igrejas, usando esses símbolos em meio a aparelhos de musculação e esteiras. Já foram 15 projetos até agora. “As igrejas estão cada vez mais envolvidas no fitness. Ele é um instrumento para manter as pessoas da comunidade conectadas”, disse à ISTOÉ Rob Killen, da Churchfitness.

Por enquanto, são poucos os estudos que avaliam a eficácia da estratégia. Um deles foi feito por Kenrik Duru, da Universidade da Califórnia. Durante oito semanas, ele acompanhou 62 mulheres religiosas (de religiões distintas). Elas haviam sido divididas em dois grupos. Ambos se exercitavam por 45 minutos. Mas o primeiro também ouvia trechos da “Bíblia” alusivos à força e ao poder divino. As outras escutavam temas não religiosos. Ao final, as que receberam as mensagens bíblicas deram cerca de 78% mais passos por semana. “Uma das razões é que elas passaram a andar em grupo, contando com suporte social de apoio”, explicou Duru à ISTOÉ.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Istoé

“Gosto de tudo que fala de Deus” diz apresentador Raul Gil

Palco constante de talentos da música gospel, o Programa Raul Gil mostrou mais uma vez à nação o potencial dos cantores evangélicos. Desta vez, quem brilhou foi uma moçada bonita e, é claro, talentosa. Destaque para Brenda Santos, uma jovem de 15 anos, que mora em Osasco (SP) e levou o primeiro lugar no concurso “Jovens Talentos”, exibido aos sábados por Raul Gil, no SBT. No dia da decisão do reality musical, 9 de outubro, o programa bateu seu recorde: foram 11 pontos de média e pico de 13, contra 15 da Globo e 8 da Record, segundo Ibope na Grande SP.

Em uma disputa apertada, Brenda venceu por apenas um ponto de diferença a concorrente Amanda Neves. Com muita emoção, Brenda, que frequenta a igreja Assembleia de Deus Ministério do Belém, agradeceu a Deus, seus familiares, amigos e a todos que torceram por ela. Ela fará parte do cast gospel da empresa: “Quando cantei ‘Tente outra vez’ na final foi com certeza a minha melhor apresentação. Foi o momento que me senti mais a vontade no palco”, ressaltou Brenda. “Nunca imaginei que ganharia o programa. Foi muito emocionante”, complementou.

David Air, Renato Vianna e Elyssa Gomes, que ficaram em terceiro, oitavo e décimo lugar, respectivamente, também são evangélicos. Os três farão uma participação no CD e DVD que Brenda gravará pela Sony Music. Como prêmio, ela assinou um contrato com a gravadora.

David, de 14 anos e membro da Assembleia de Deus, atribui à sua fé a vitória que conquistou no programa. “Tenho a certeza que foi Ele que me abriu essa porta”, afirma.

Em recente evento em São Paulo, Brenda apareceu ao lado de Renato, também membro da Assembleia de Deus e, na ocasião, não fez questão de esconder que estava namorando o colega.

“Gosto de tudo que fala de Deus”
É notório o carinho do apresentador Raul Gil com os artistas gospel. O padrinho de grandes nomes da música secular é também muito querido no meio evangélico por sempre abrir portas para os cantores do segmento. Em entrevista à revista Exibir Gospel, ele mostrou que é um homem sensível à Palavra: “Gosto de tudo que fala de Deus. Não estou preocupado se o cantor é ou não sucesso ou recorde de vendas, o que importa para mim é a mensagem da música. Ela aproxima as pessoas de Deus”.

Ele revelou à mídia nomes como Robinson Monteiro, Jamily, Daisy Houston, Bianca Toledo, dentre outros, e recebe com frequência cantores evangélicos consagrados como Fernanda Brum, Eyshila, Regis Danese, Aline Barros, Shirley Carvalhaes, Mara.

Raul Gil explica que não admira apenas a mensagem gospel, mas também o talento dos cantores e compositores: “Para mim, a música gospel está crescendo muito em função da sua boa qualidade e grandes cantores deste meio, que dão vida à interpretação”, disse. Desprovido do preconceito comum em outros programas e apresentadores, que, raramente, recebem estes artistas, Raul Gil sempre foi receptivo com os evangélicos em todas as emissoras por onde já passou. “A aproximação com os evangélicos é sadia e bem aceita, até porque a música gospel é apreciada e admirada por não evangélicos”.
Fonte: Exibir Gospel

Igreja Hillsong em Nova York lembra: “Isto aqui não é um show”

Quase um mês após seu lançamento oficial, a Igreja Hillsong de Nova York realizou sua segunda reunião importante, no domingo à noite.

Os resultados da Hillsong New York Church – a primeira a ser lançada pela Igreja Hillsong da Austrália – tem sido forte. Os cultos da Comunidade – agendados para às 17h30 e 19h30 – atraíram multidões de pessoas que giravam em torno de 500 a 700 convidados a sua sede, no Irving Plaza.

O primeiro culto atraiu uma multidão e as longas filas que alguns transeuntes viam os faziam pensar que aquilo seria em razão de algum concerto ou show. A faixa etária para a maioria dos participantes foi de 18 a 20 anos.

Muitos participantes no domingo, disseram que já faziam parte de alguma igreja em Nova York, mas eles queriam mostrar apoio à Hillsong.

Kami Ajaye, membro do World ChangersChurch – Igreja local -, disse que inicialmente ouviu falar da igreja durante um lançamento da transmissão do segmento na Trinity Broadcasting Network. Ela disse que queria participar da inauguração para ajudar a Hillsong “plantar a semente”.

Jen Berry, um pastor de jovens da Igreja do Evangelho Pleno, em Long Island, disse que estava assistindo para ver a adoração do Hillsong ao vivo e aplicar essa técnica à sua juventude em seus cultos.

“O estilo de adoração é realmente eficaz para a juventude”, disse Berry. “A maioria das canções que tocamos em nossa igreja são do Hillsong.”

Para algumas pessoas, a expansão da Hillsong para Nova York foi uma resposta de oração.

Pahola Soares disse que tentou várias igrejas em Nova York, mas nunca se sentiu à vontade. Depois que ela soube que a Hillsong estava vindo para a “Big Apple” (Nova York), se juntou a um dos “grupos de contato” e gostou tanto que assinou um contrato para se tornar voluntária da Igreja.

“Eu entrei porque eu quero ser parte de uma nova igreja – o começo de algo – não uma igreja já estabelecida”, disse Pahola, um estudante da Universidade de Medicina e Odontologia de Nova Jersey. “Eu gosto de como eles têm pessoas que se reúnem a partir de todo o mundo, se tornando uma grande família.”

Durante o culto, os líderes da nova congregação foram rápidos para corrigir eventuais equívocos sobre a igreja e sua finalidade.

“Isto não é um concerto. Este não é um show. Este não é um clube. Esta é uma igreja”, disse o pastor e líder da igreja, Carl Lentz, ministrando ao lado de sua esposa, Laura.

Em sua introdução, ele explicou a sua visão da Hillsong NYC como sendo mais um culto semanal, mas em uma comunidade de crentes que pode tocar a vida dos outros com o amor de Jesus.

A visão para o ramo dos EUA foi anunciada pela primeira vez em fevereiro, pelo pastor Brian Houston, fundador da Igreja Hillsong, com base perto de Sydney, na Austrália. O pastor pentecostal reconheceu que a área metropolitana de Nova York já tem muitas “grandes igrejas” e que a cidade, povoada por inúmeras culturas colocaria muitos desafios para essa instalação. Mas ele destacou a motivação da Hillsong para Nova York e disse que está animado para “chegar junto” às igrejas e ser uma bênção para os líderes e congregações lá.

Em sua introdução, o pastor disse: “Queremos construir uma igreja que ama a Deus e ama as pessoas – que chega através de barreiras culturais, proporciona um ensino relevante e bíblicos da Palavra de Deus, uma igreja compassivo, que cuida e leva solução para o inúmeros desafios que a humanidade enfrenta, e uma igreja que ressoa com os sons de louvor poderoso e adoração, glorificando o nosso Deus Todo-Poderoso “.

Joel Houston, filho do pastor Brian Houston, proferiu o sermão no domingo e falou sobre como o sucesso não se encontra no palco, mas em viver uma vida que imita Jesus.

O líder de adoração popular ficou emocionado quando relatou um encontro com uma pessoa sem-teto na rua, que o ajudou a perceber a sua imagem diante de Deus. Ele comparou aquele momento com o encontro de Jesus com um leproso, em Mateus 8.

“Olhando nos olhos do homem que eu vi e como Deus me vê: trapos, insuficiência quebrantamento, certamente não o sucesso”, ele compartilhou.

Joel Houston, que ficará em Nova York, disse que espera que Hillsong NYC não seja focada no “o que acontece aqui nesta plataforma, mas quem somos nós em nossas vidas”.

Da mesma forma, Lentz comentou após o sermão, “As pessoas pensam que Hillsong é uma igreja de superstars. Mas nós somos extremamente falíveis, não dotados o suficiente para essa fase, se não para o que Jesus fez”.

A igreja planeja realizar seus encontros no próximo 12 de dezembro e 16 de janeiro. Os cultos regulares terão início em fevereiro de 2011.

A Hillsong Church se reúne, em oito localidades ao redor do mundo.

Fonte: ChristianPost.com / Guia-me

Pastor Ricardo Gondim fala sobre suas polêmicas e responde as acusações de “herege” e “mundano”

Fim de culto na Betesda. A igreja ocupa um imenso galpão na zona sul de São Paulo. Ricardo Gondim chama um dos pastores para fazer a oração final e deixa a plataforma a passos rápidos enquanto a congregação está de olhos fechados. No entanto, em vez da saída à francesa, ele opta pela “versão Ceará”, postando-se à porta do templo para cumprimentar as pessoas. Tudo como manda o mais autêntico figurino presbiteriano. Posa para fotos, autografa livros e distribui sorrisos e abraços para aos que se comprimem à sua volta.

Para desapontamento de inúmeros desafetos, o escritor e pastor parece revestido de uma espécie de couraça contra os rótulos que lhe são atirados com freqüência. “Arrogante”, “herege”, “polêmico” e “mundano” são apenas alguns, digamos, publicáveis. Após receber muitos protestos sobre as supostas heresias defendidas por seu articulista, a revista evangélica Ultimato se pronunciou no ano passado (edição 308) usando dois adjetivos sobre os textos de Gondim: “Apreciados” e “saudáveis”.

Um rápido exame nas dezenas de textos de seu visitadíssimo site já é suficiente para identificar algumas preferências pouco (ou nada) ortodoxas para um líder pentecostal. De Vinicius de Moraes a Lenine, a lista para lá de eclética inclui nomes como Almodóvar, Rubem Alves e Simone Weil. Com o fôlego de quem correu onze maratonas e dezesseis vezes a São Silvestre, Gondim revela que a corrida funciona como espécie de exorcismo para ele e para os amigos que o acompanham. “Após vários quilômetros percorridos, costumamos dizer que suamos vários demônios”, graceja.

Confira abaixo a entrevista concedida à revista Cristianismo Hoje

Agora em maio, duas grandes catástrofes – o ciclone em Mianmar e o terremoto na China – assustaram o mundo e novamente levaram os crentes a pensar sobre as razões do sofrimento humano. Como o senhor, que na época do tsunami ocorrido na mesma Ásia em 2004 causou polêmica com um artigo sobre as tragédias, analisa a questão do sofrimento humano diante da existência de um Deus que se apresenta ao homem como pleno de amor?

RICARDO GONDIM – Discordo da explicação fundamentalista de que “todas as tragédias são provocadas pelo pecado original”. É um simplismo cruel e inútil. Como escrevi inúmeras vezes, não consigo acreditar numa divindade que tudo ordena e orquestra. Em Os irmãos Karamazov, de Dostoievski, Ivan diz num certo momento: “Há uma coisa no Universo que clama: o choro de uma criança”. O Deus da Bíblia não é sádico de provocar a morte de milhares de vidas. Exatamente pelo fato de Deus ser amor, ele possibilita a felicidade e a infelicidade. Nossas escolhas, decisões e articulações sociais interferem nos resultados. Ao mesmo tempo, a vida é trágica e feliz. Deus é sempre parceiro do homem nessa busca de tornar a vida mais intensa e prazerosa. Como afirma André Comte-Sponville, “somos os únicos seres do Universo que podem humanizar ou desumanizar”.

Na época do tsunami, teólogos se insurgiram contra alguns de seus textos, desfiando uma série de argumentos. Hoje, o senhor é mestrando em ciências da religião na Universidade Metodista. É importante estudar teologia?

Depende de como você entende a teologia. Deus não pode ser dissecado. Como disse Paul Tillich, “Deus está além de Deus”. Entendo teologia como o estudo e a maneira como organizamos nossa vida a partir da compreensão que temos de Deus, ou, lembrando Rudolf Otto, do nosso “encontro com o sagrado”.

Mesmo entre as pessoas que não professam nenhuma religião, a sucessão de fatos trágicos e de episódios de crueldade humana explícita, como o assassinato da menina Isabella Nardoni, sugerem que algo muito grave e de contornos ainda indefinidos esteja acontecendo. O atual recrudescimento da brutalidade humana aponta a proximidade dos eventos escatológicos bíblicos ou são apenas novas expressões de um quadro que sempre houve?

Todos esses fatos recentes são apenas expressões de algo que sempre aconteceu. Repare que, ao longo da história, foram comuns perseguições contra judeus, hereges, escravos… A própria Reforma Protestante foi um episódio violento. Em Casa grande & senzala,Gilberto Freyre discorre sobre o que algumas senhoras faziam por ciúme da beleza das escravas. Quebravam-lhe os dentes com chutes ou mandavam-lhes cortar os peitos. De certa maneira, creio que o que aumentou foi o nível de intolerância social à brutalidade – por isso a comoção e a revolta provocadas por esses episódios.

Quando foi a última vez que o senhor chorou?

Na semana passada, durante reportagem na TV sobre o terremoto da China. Depois de quatro dias, conseguiram resgatar uma criança com vida. Um pai tentou invadir a ambulância ao imaginar que era seu filho. Chorei ao ver o desespero daquele homem.

Quais são as principais diferenças entre o Ricardo Gondim de hoje e aquele que começou o ministério há três décadas?

Eu era um homem com um idealismo ingênuo. Não sabia diferenciar ilusão e encantamento. Ilusão é baseada em fantasias; já o encantamento nasce da observação da realidade. Continuo encantado com o Evangelho, com “E” maiúsculo.

Então, quem é Ricardo Gondim?

Um homem introspectivo e nostálgico. Gosto de ambientes intimistas e tenho profunda necessidade de estabelecer relacionamentos significativos, sem trocas ou quaisquer tipos de interesses.

Nos últimos cinco anos, o senhor tem se notabilizado como um crítico do segmento evangélico. Iniciativas como o blog Outro Deus e a maciça produção de textos nesta linha têm marcado seu ministério. Até que ponto isto se confronta ou complementa sua atuação pastoral?

Comecei a escrever pelo fascínio da própria literatura, cuja excelência intrínseca é maior que a da oralidade. Esse exercício adensa pensamentos e complementa idéias que surgiram nas mensagens. Todas as semanas posto textos inéditos e meu site recebe cerca de 1.400 visitantes por dia e mais de 1,5 mil e-mails por mês.

Em seus pronunciamentos recentes, o senhor revela a vontade de afastar-se de tudo e chega a sugerir que as pessoas não compareçam sequer aos eventos que promove. No entanto, o senhor continua participando e promovendo eventos destinados ao público evangélico e permanece na direção da Betesda – uma igreja com corte social de classe média urbana, presença na mídia e atuação institucionalizada, como tantas outras denominações cuja existência legitimam suas críticas. Não é um paradoxo?

É preciso definir os acampamentos. Há um movimento evangélico que mostra ter exaurido as forças. Alguns sinais dessa exaustão são a falência ética e as campanhas constantes para trazer pessoas à igreja. Para mim, agenda cheia demonstra fraqueza. Para fidelizar o público, há gente buscando atrações cada vez mais fantásticas. No caso da Betesda, é explícita a posição de não repetir modelos falidos e teologias engessadas da década de quarenta. O que faço hoje são eventos voltados para a própria igreja. Recentemente, decidi suspender o Congresso de Reflexão e Espiritualidade, voltado basicamente para pastores, que acontece há vários anos. E não compactuo com nenhum messianismo do tipo “impactar a nação por meio de eventos”.

Falar de gigantismo e inchaço da Igreja brasileira tornou-se atitude recorrente nos últimos 20 anos, período no qual a população evangélica do país quase triplicou. Quais são, na sua opinião, os efeitos de tal avanço? Existem premissas equivocadas na tradição evangélica e na práxis desta Igreja?

Alguns efeitos são perigosíssimos. A Igreja passou a ser vista como outra força, entrando na disputa de poder. O crescimento acentuado enfraqueceu o zelo pelo conteúdo da mensagem. Isso promoveu sentimentos de ufanismo e triunfalismo desmedidos. Mas não ocorreu avivamento. O que aconteceu foi uma confluência de fatores sociológicos que explicam o crescimento do rebanho. Não é necessário enfatizar princípios espirituais para explicar o aumento do número de evangélicos.

O movimento da Igreja emergente, que tem ganhado força nos EUA, começa a influenciar lideranças no Brasil. Qual é o seu posicionamento acerca dele?

Depois de muitos anos de crescimento do fundamentalismo, nomes como Brian McLaren, Rob Bell e o próprio Phillip Yancey representam um certo ar fresco na ambiência evangélica dos Estados Unidos. Ainda assim, vejo o movimento como algo norte-americano, sem diálogo com outras tradições cristãs ao redor do mundo.

A dinâmica dos grupos pequenos cresce no contexto do Evangelho urbano. Eles vão representar necessariamente a extinção das grandes igrejas?

O futuro mais lúcido da Igreja Evangélica está nos pequenos grupos. As instituições não vão acabar; porém, não serão solo fértil para as grandes inovações. Enquanto as grandes igrejas repetem clichês, pessoas reunidas em grupos menores vão experimentar o enriquecimento da alma.

Quais foram os motivos da recente divisão ocorrida na Igreja Betesda, cujo núcleo em Fortaleza, no Ceará, desligou-se da sede em São Paulo?

Não houve desligamento de São Paulo. O que aconteceu foi uma divisão dentro da Betesda de Fortaleza. Um grupo alegou que minhas propostas teológicas eram “incompatíveis”. No entanto, na realidade tratava-se apenas de disputa interna de poder. Na época, a igreja perdeu alguns líderes e cerca de 40% dos membros.

Igrejas pentecostais como a Assembléia de Deus, à qual o senhor foi ligado, foram durante muito tempo estigmatizadas devido ao perfil de sua membresia, prioritariamente formada por pessoas dos estratos sociais mais populares. De acordo com sua observação, essa visão ainda persiste?

Um dos fenômenos comprovados em relação aos pentecostais foi a ascensão social do segmento. Obviamente, isso trouxe benefícios e problemas. A produção teológica e literária é um fator positivo. Por outro lado, muitas pessoas passaram a se comportar como os demais estratos da população, supervalorizando o status e outros sinais de riqueza. Daí para a teologia da prosperidade pregada pelos neopentecostais a distância foi curta.

“Ao tentar transformar-se em ciência, a teologia só conseguiu produzir uma caricatura do discurso racional, porque essas verdades não se prestam à demonstração científica.” As palavras são de Karen Armstrong, autora do livro Em nome de Deus – O fundamentalismo no Judaísmo, no Cristianismo e no Islamismo. Qual a face mais aguda do fundamentalismo no Cristianismo de hoje?

O fundamentalismo confunde fé com aceitação de conceitos doutrinários. Seus defensores acreditam numa verdade que pode ser totalmente abraçada a partir de certas lógicas. Crêem chegar a uma verdade plena, fechando-se ao diálogo.

Quem são, hoje, as lideranças e pensadores que influenciam sua atuação ministerial?

Além da ala “emergente” (Bell, McLaren), tenho lido autores católicos latino-americanos, como Juan Luis Segundo. Gosto bastante também das obras do espanhol Andrés Torres Queiruga, além de teólogos judeus como Jonathan Sacks e Abraham Heschel.

Ideologicamente, como o senhor se define?

Sou um pensador independente, de esquerda. Não acredito no neoliberalismo capitalista. Ele produz os excluídos. O Evangelho defende os pobres e os marginalizados.

O senhor é um autor bastante apreciado pelos crentes brasileiros. Qual sua opinião sobre a literatura evangélica em nosso país?

A produção literária evangélica é deficiente. A razão é o freio dogmático que gera pessoas mais preocupadas com a defesa da fé do que em produzir literatura.

Quais os autores que mais o influenciam?

Entre vários escritores que fazem parte da minha vida, posso citar José Lins do Rego, Machado de Assis, Thomas Mann e Victor Hugo. O clássico Os miseráveis é uma das minhas obras favoritas.

Lançado em 1998, É proibido é um de seus livros mais vendidos. Dez anos depois dele, o que a Bíblia permite e a Igreja ainda proíbe?

A Igreja brasileira ainda não soube, por exemplo, lidar com a questão do álcool. Os conceitos lembrados remetem à Lei Seca dos Estados Unidos. Portugal já resolveu essa questão de forma equilibrada há muito tempo e ninguém fica escandalizado ao ver um cristão tomar vinho.

E a relação do povo evangélico com a arte, por exemplo?

É esquizofrênica e mal-resolvida. Dicotomizaram as manifestações artísticas em “sacra” e “profana” – mas não fazemos essa mesma distinção na hora de ler um texto. Em resultado disso, os cristãos sofrem empobrecimento generalizado na hora de saborear e desfrutar da vida. As expressões mais belas de uma geração estão em sua produção artística.

No ano passado, a Editora Ultimato publicou Eu creio, mas tenho dúvidas, obra que traz vários de seus artigos. Quais são suas principais dúvidas e inquietações?

Reflito com freqüência sobre a banalidade da vida. Basicamente, essas reflexões são ressonâncias do livro de Eclesiastes: nem sempre o justo prevalece, nem sempre o forte vence, nem sempre a vida faz sentido…

Em mensagem pregada recentemente, o senhor afirmou que às vezes lhe vêm à mente pessoas que o machucaram, e confessou ter mágoa de algumas delas. Como é esse sentimento?

Tenho mágoa de pessoas que lidaram comigo a partir de rótulos e preconceitos. Tenho mágoa de pessoas que foram intelectualmente desonestas comigo, tentando desconstruir meus textos sem sequer ler as referências. Tenho mágoa de pessoas que me chamaram de “herege” e “apóstata”, uma verdadeira perversidade de gente que não conhecia toda a extensão das questões em debate.

Fonte: Cristianismo Hoje / Gospel+
Via: Creio

Programa que coloca a Bíblia no celular passa dos 10 milhões de usuários

Líderes de uma das 10 maiores Igrejas nos Estados Unidos anunciaram terça feira, que o aplicativo da Bíblia YouVersion superou todas as expectativas e agora tem 10,7 milhões de usuários.

A YouVersion começou como um simples e pequeno sonho de tornar a Bíblia mais acessível e ter a geração mais jovem letrada na Bíblia. Líderes da LifeChurch.tv de Oklahoma lançaram o aplicativo de smartphone em 2008 com a esperança de que iria ter 60.000 a 80.000 usuários durante o ano.

Mas em três anos, a YouVersion explodiu a ser um dos aplicativos mais populares com 10 milhões de usuários. A cada 2,8 segundos alguém novo instala o aplicativo e durante o mesmo período 12 outras pessoas estão usando ela para ler a Bíblia.

“Podemos ser a geração que atualmente se volta e diz, ‘Nós não somente queremos expressar que nós amamos a Bíblia e pensar que a Bíblia é algo que nós podemos ler, mas nós em verdade queremos ser a geração que se incorpora a Bíblia como parte de nossas vidas,” pediu Bobby Gruenewald, líder de inovação na LifeChurch.tv, na transmissão ao vivo por internet, terça-feira.

Somente no fim de semana passado, houve mais de 100.000 downloads do aplicativo, compartilhou a equipe da YouVersion.

A LifeChurch.tv, conhecida por sua inovação e habilidade de conectar-se com a geração mais jovem, primeiramente lançou a YouVersion online para usuários em 2007. A idéia foi em resposta às estatísticas que mostraram que apesar da fácil distribuição da Bíblia e disponibilidade em muitos idiomas, cada geração está se tornando menos letrada em Bíblia. Cerca de 20.000 usuários fizeram download do programa em somente cinco meses da versão online.

Em 2008, a equipe lançou a versão móvel para fones e viram o tráfego crescer. Eles decidiram que ai é onde Deus está se movendo e pôs mais recursos atrás do desenvolvimento da YouVersion para smartphones.

A aplicação gratuita de YouVersion está agora disponível em nove diferentes plataformas e em 20 idiomas diferentes. A plataforma mais popular até o momento é o iPhone, mas o que mais cresce é o Android. Os usuários podem ler a Bíblia em sua totalidade, buscar por passagens com certos critérios, e escolher planos de leitura. Há 23 diferentes tipos de leitura que os leitores podem escolher.

Até sexta-feira, uma seção para notas de rodapé irá estar disponível na YouVersion.com. E na próxima semana, essas seções de notas estarão disponíveis nas plataformas móveis, começando com o Blackberry. O iPhone irá ser a última plataforma com uma área de notas porque o processo de aprovação leva tempo.

“O que nós podemos ver com o aplicativo e o número de pessoas falando sobre isso e compartilhando isso com outros, é que nós estamos vendo o que eu penso ser o começo de uma revolução,” disse Terry Storch, que lidera a equipe digerati na LifeChurch.tv.

Igreja dá salto no ranking da confiança

Instituição passou de 7º para 2º lugar, diz levantamento da FGV; para pesquisadora, polêmica do aborto na campanha eleitoral impulsionou índice

A confiança da população nas instituições sofreu mudança importante no último trimestre. É o que revela pesquisa do Índice de Confiança na Justiça (ICJ Brasil), produzido pela Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas em São Paulo (Direito GV). Enquanto o Judiciário ficou em situação desconfortável, empatada com a polícia e à frente apenas do Congresso e dos partidos políticos, a Igreja saltou do 7.º lugar para a segunda posição.
Para Luciana Gross Cunha, professora da Direito GV e coordenadora do ICJ Brasil, a controvérsia sobre o aborto travada entre o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais pesou decisivamente para o aumento do índice de confiançana Igreja. 

A questão foi levantada por d. Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo da Diocese de Guarulhos. Ele mandou produzir 1 milhão de cópias do “apelo a todos os brasileiros” com recomendação expressa para que não votassem em candidato ou partido que defendesse o aborto – referência direta à Dilma Rousseff e ao PT.

Os folhetos foram confiscados pela Polícia Federal, por ordem do Tribunal Superior Eleitoral que acolheu ação do PT, mas d. Luiz não se intimidou e insistiu em sua cruzada.

“A Igreja estava em um grau baixo de avaliação quando foi feita a apuração no segundo trimestre, muito perto da crise envolvendo a instituição com denúncias de pedofilia”, observa Luciana. “A última fase da coleta coincidiu com a discussão sobre o aborto nas eleições presidenciais. Isso fez a diferença.”

A professora destaca que o tema aborto não foi citado na consulta. “A gente pede resposta de forma espontânea para dizer se a instituição é confiável ou não. Mas é evidente que é esse (o ataque ao aborto) o motivo principal do aumento significativo da confiança na Igreja.”

Nesse trimestre 54% dos entrevistados disseram que a Igreja é uma instituição confiável. No segundo trimestre 34% deram essa resposta. “A Igreja só perde para as Forças Armadas e ganha de longe do governo federal e, inclusive, das emissoras de TV que normalmente são instituições consideradas confiáveis pela população”, assinala Luciana.

Já a confiança nos partidos políticos despencou de 21% para 8% no mesmo período de eleições, mantendo-se em última posição na escala. “Ao mesmo tempo em que a Igreja sobe, os partidos políticos têm uma queda enorme no nível deconfiança“, ressalta a coordenadora.

Apenas 33% disseram que o Judiciário é confiável. O Congresso ficou com 20%. As outras instituições obtiveram os seguintes resultados: Grandes Empresas (44%), governo federal (41%), emissoras de TV (44%) e imprensa escrita (41%).

O ICJ Brasil foi criado pela Direito GV para verificar o grau de confiança no Judiciário e como a população utiliza o poder para a reivindicação de direitos e busca por soluções. No Distrito Federal é maior a confiança no Judiciário, desbancando a liderança do Rio Grande do Sul que, desde o início da sondagem, em julho de 2009, ocupava o posto. Minas Gerais e Pernambuco são os Estados onde a população menos confia no Judiciário.

Prestígio

O Judiciário – principal objeto do estudo– ficou estável, em oitavo lugar entre dez instituições, com 33%.– O estudo mostra que 41% das pessoas já recorreram ao Judiciário e que 61% consultaram um advogado.

“A confiança no Judiciário cresce à medida que aumenta a renda e a escolaridade dos entrevistados”, explica Luciana Gross. “É maior entre moradores do interior, se comparado entre moradores das capitais, e entre os homens se comparado com as mulheres. O ICJ Brasil também apurou que quem se declara negro, pardo ou indígena confia menos no Judiciário do que quem se declara branco ou amarelo.”

Apesar do pouco prestígio com a população, a Justiça, de forma geral, está melhor hoje e tende a melhorar mais no futuro, segundo a investigação da GV Direito: para 47% dos entrevistados, o Judiciário melhorou nos últimos 5 anos e para 67% ele tende a melhorar nos próximos 5 anos. Quase metade dos entrevistados (41%) declarou que já entrou com algum processo na Justiça, por questões trabalhistas, assuntos relativos ao direito do consumidor e de família.

Fonte: Estadão / Clicrbs