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Justiça proíbe cultos religiosos nos trens urbanos do Rio

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RIO – SuperVia tem 30 dias para colocar avisos nas bilheterias e nos vagões. Ministério Público diz que objetivo da ação é dar sossego aos passageiros.

A juíza Viviane do Amaral, da 8ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, determinou, em liminar concedida ao Ministério Público, que a SuperVia ponha, nos vagões, avisos sobre a proibição de cultos religiosos. O objetivo da ação movida pelo MP é conter a ação de pregadores evangélicos.

Segundo o processo, os pregadores usam microfones e instrumentos musicais, o que perturbaria a tranquilidade dos passageiros. “Além de obrigá-los, indiscriminadamente, a se submeter a doutrinas religiosas”, acrescenta a ação.

De acordo com a decisão da Justiça, os comunicados deverão ser colocados nas bilheterias de todas as estações, bem como dentro dos vagões dos trens. A empresa tem até o próximo dia 5 de outubro para cumprir a decisão. Em caso de descumprimento, a concessionária estará sujeita a multa diária de R$ 1 mil.

O processo judicial entre o MP e a SuperVia sobre a proibição de manifestações religiosas corria na Justiça há mais de um ano. A determinação foi publicada no Diário Oficial.

Supervia informou que cumprirá decisão

A Supervia informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que até o próximo dia 5 de outubro todas as bilheterias estarão com os avisos e os funcionários serão orientados.
Segundo a decisão, registrada na 12ª Câmara Cível do tribunal, todos os aparelhos musicais e microfones dos religiosos deverão ser recolhidos e mantidos na cabine do trem pelos funcionários da concessionária até o fim da viagem. Os agentes serão orientados a acionar a polícia, caso o pregador desacate a ordem da Justiça.

Fonte: G1

Mulher de Pastor que sequestrou avião diz que ele é um “homem exemplar”

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A mulher do fanático religioso boliviano Josmar Flores Pereira, responsabilizado pelo sequestro de um avião da companhia Aeromexico que levava mais de 100 pessoas, pediu desculpas pelas ações de seu marido e o qualificou como um “homem exemplar”. Elizabeth Melgar, também de origem boliviana e radicada no estado de Oaxaca, no sul do México, foi entrevistada na noite de quarta-feira, 9, pela emissora W Radio, à qual disse que Pereira pretendia chamar a atenção da imprensa.
A aeronave, um Boeing 737, que fazia o voo 576, com uma rota que partiu da Bolívia, foi tomada por sequestradores durante uma escala em Cancún. Posteriormente, a aeronave seguiu para a capital, onde pousou no aeroporto internacional em uma área destinada a emergências. O sequestrador, um pastor evangélico de 44 anos, disse ter recebido uma “revelação divina” de que o México corria grande perigo e estava ameaçado por um terremoto.
Após ser preso, Flores foi apresentado à imprensa e disse ter usado uma lata de suco para fingir que tinha uma bomba e assumir o controle do avião. Ele disse aos jornalistas ter agido no dia 09/09/09 porque a data, quando lida de cabeça para baixo, forma 666, o número “ligado ao anticristo”. “Jesus está chegando”, disse Flores aos jornalistas. Durante o sequestro, ele disse aos comissários de bordo que tinha três cúmplices: “o Pai, o Filho, e o Espírito Santo”.
Policiais mexicanos invadiram o avião e saíram com nove pessoas algemadas. A polícia esclareceu, entretanto, que apenas um sequestrador foi responsável pela ação. As outras oito pessoas retiradas da aeronave pela polícia seriam passageiros e tripulantes. Entre os passageiros algemados estava um deputado do Estado de Quintana Roo, onde fica Cancún.
Flores é um ex-viciado em drogas e já foi condenado por assalto à mão armada na Bolívia. Ele vive no México há 17 anos. O boliviano afirmou que foi a Cancún para pregar. Ele disse ainda que também écantor. “É um homem muito nobre, jamais quis machucar ninguém, peço desculpas em nome do povo evangélico, de minha família e em nome de meu marido, que no momento certo também pedirá”, disse Elizabeth. Segundo a mulher, seu marido se dedica à “luta para que viciados em drogas e álcool saiam desse mundo” do vício. “Todos cometemos erros e felizmente não aconteceu nada”, completou.
Em um vídeo no YouTube, Flores diz que trabalhou como matador de aluguel em Santa Cruz, na Bolívia, e exibe a seus companheiros sua habilidade no manejo de armas ao jogar uma moeda para o alto e disparar contra ela. No site, também foram postados vídeos de Flores cantando músicas evangélicas e está à venda um DVD de sua atuação em um concerto na cidade de Oaxaca, em 2006. Em outro site, ele dá testemunhos dizendo que viveu 11 anos no mundo das drogas.
Fonte: Estadão

Para Soldados Israelenses, Guerras de Israel são Guerras de Deus!

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O Exército israelense está mudando. As unidades de combate que um dia se orgulharam de ser seculares estão agora povoadas por opiniões de que as guerras de Israel são guerras de Deus.

Rabinos estão se tornando cada vez mais poderosos nas forças armadas, e cadetes religiosos são treinados para se tornar parte da elite militar.

Durante as operações em Gaza, no início do ano, rabinos entregaram centenas de panfletos para soldados. Alguns desses panfletos retratavam civis palestinos, não só militantes, como inimigos.

Outros chamavam os soldados israelenses de filhos da luz e os palestinos de filhos das trevas. O Exército israelense tenta se distanciar desse tipo de mensagem, mas os panfletos vêm com selo oficial.

Códigos morais

Muitos cadetes religiosos vivem em assentamentos na Cisjordânia ocupada.

Se as negociações de paz na região avançarem, Israel um dia terá que retirar a maioria dos colonos dessa região. Se isso acontecer, há dúvidas sobre se os soldados religiosos respeitarão as ordens de seus comandantes, indo contra suas crenças.

Mas líderes militares discordam dessa visão.

O general Eli Shermeister, coordenador de educação do Exército israelense, diz que o código moral do Exército é claro e que a organização exige que os soldados se comportem de acordo com essas regras.

Ninguém, segundo ele, pode criar outro código moral e apenas os comandantes controlam seus soldados.

O dia-a-dia dos soldados israelenses consiste principalmente de patrulhar áreas civis em Gaza, na Cisjordânia e também em Jerusalém Oriental.

Qualquer influencia sobre as atitudes dos militares é de extrema importância. A forma como encaram os palestinos que vivem nessas áreas, e quem influencia essas visões, pode determinar o uso que fazem de seu poder e de suas armas.

Fonte: BBC Brasil

Fé da Igreja Maradoniana em seu ‘D10S’ começa a balançar

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igreja-maradona1-200x149 Na Argentina, o poder de “D10S” (mistura de 10 com deus, em espanhol) passou a ser questionado até pelo seu mais fiel seguidor. Depois das derrotas para Brasil e Paraguai, até um dos fundadores da exótica Igreja Maradoniana, Alejandro Verón, criticou o técnico da seleção argentina.

Verón ressalta que o culto a Maradona foi criado para celebrar “o maior jogador de futebol de todos os tempos”, mas admitiu que após as últimas atuações da equipe de seu país passou a se preocupar pela primeira vez.

– O Maradona técnico não demonstrou nada. Eu o vejo mal. Ele está desnorteado em alguns aspectos, não encontra solução para o sistema, a tática, a estratégia – disse Verón à “Rádio 10″, de acordo com o site “Infobae.com”.

O fundador da Igreja Maradoniana, que já duvida da classificação da Argentina para a Copa do Mundo de 2010, ainda questiona a posição em que o principal astro argentino, Lionel Messi, vem sendo escalado por Maradona:

Fonte: Globo Esporte

SP exporta “carne religiosa”

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“Em nome de Deus, o clemente, o misericordioso.” A frase, dita em árabe por um degolador muçulmano, dá início ao processo de abate na sala do frigorífico Minerva, em Barretos. Por mês, mais de 100 mil cabeças de gado são abatidas de forma “halal” nas unidades do frigorífico para compradores islâmicos, segundo a empresa. “Halal”, em português, quer dizer “lícito”, “permitido por Deus”. Mas, entre os importadores islâmicos, que exigem certificado “halal” em todos os produtos importados, a palavra indica que procedimentos especiais foram seguidos pelas indústrias estrangeiras. Para a carne, um desses procedimentos especiais, que o jornal Folha de S. Paulo acompanhou, é a forma de abate.
Operação abate
Islâmicos só comem frango ou carne bovina se o animal tiver sido degolado com o corpo voltado à cidade sagrada de Meca, ainda vivo -no abate tradicional, o boi tem a cabeça perfurada – e pelas mãos de um muçulmano praticante, geralmente árabe. A faca com a qual é feita a degola precisa estar super afiada para garantir a morte instantânea do animal, sem sofrimento.
A explicação é religiosa, mas também assegura mais qualidade à carne, segundo Omar Ibrahim Chahine, supervisor islâmico da empresa Cibal Halal, que certifica a carne do Minerva exportada para países islâmicos, árabes e asiáticos. “Se o animal está vivo, conforme ele vai se mexendo o sangue vai saindo do corpo. Por isso, a carne “halal” é muito mais limpa”, afirmou Chahine.
Nascido no Brasil, filho de libaneses, Chahine viu o abate “halal” iniciar no país nos anos 80. O pai foi um dos primeiros abatedores desse tipo no país e trabalhava para um frigorífico em Presidente Prudente. Assim como o pai, antes de degolar cada animal, Chahine pede autorização a Deus, em árabe. “Se tiver mil cabeças de boi para abater, nós vamos rezar mil vezes.” Além de demonstrar obediência e agradecimento pela comida, o pedido indica que o degolador não está matando o animal por crueldade ou sadismo. Mas a carne “halal”, além de “religiosa”, é mais “natural”, conforme o vice-presidente da Cibal Halal, Mohamed Hussein El Zoghbi.
Nem o frango nem o boi podem ter comido ração com aditivos ou com proteína animal nem podem ter recebido doses de hormônio para engorda. Além disso, os processos de embalagem, armazenagem, certificação e embarque da carne “halal” é feito de forma segregada da produção comum. Peixes são considerados “halal” por natureza, porque saem da água vivos. Já a carne de porco não é consumida de forma alguma por quem é muçulmano. Suínos são considerados impuros pelo modo como se alimentam, por estarem ligados a ambientes de sujeira.
Fonte: Avicultura Industrial

A India que a Globo não mostra: Menina de 12 anos se casa com um cão

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timthumb.php Recentemente, uma menina de 12 anos foi casada com um cachorro, para que o animal a protegesse dos “maus espíritos” que a ameaçavam, no estado indiano oriental de Jharkhand.

O casamento, celebrado na localidade de Jamshedpur, aconteceu porque a menor tinha desenvolvido dentes adicionais, algo considerado como um mal augúrio pela população da região, explicou o sacerdote Naresh Manki.

“Em uma sociedade tribal, o fato de uma mulher desenvolver dentes complementares é considerado um mau presságio, que atinge não só ela, mas também os membros de sua família e toda a sociedade. Para salvá-la dos maus espíritos, a casamos com um cachorro”, disse Manki.

A pequena Soni teve que enfrentar o atípico casamento por ser uma “manglik”, uma pessoa astrologicamente maldita para o casamento, segundo a tradição hindu.

“As bodas são realizadas como um casamento normal, também se organiza um banquete para aqueles que participam da cerimônia”, acrescentou o clérigo.

Não é a primeira vez que na Índia são realizados casamentos entre homens e animais ou, inclusive, árvores, já que alguns astrólogos acreditam que isso liberta a pessoa de certas maldições ou do azar que os astros lhe atribuíram.

Nem sequer as estrelas da poderosa indústria do cinema indiano, Bollywood, escapam do influxo destes atavismos. No final de 2006, a atriz e miss mundo Aishwarya Rai, também uma “manglik”, teve que se casar simbolicamente com a imagem do deus hindu Vishnu, como passo prévio para poder desposar-se com o também astro de cinema Abhishek Bachchan.

Fonte: Arca Universal

Chicotadas e apedrejamento público serão legalizados na Indonésia

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chicote Parlamento da província de Aceh, na Indonésia, aprovará uma lei que estipula o apedrejamento como pena máxima para casos de adultério e cem chicotadas em público como castigo para que mantenham relações sexuais antes do matrimônio, informou nesta quarta-feira a imprensa local.

As medidas serão aprovadas na próxima segunda-feira em Aceh, que até 2004 foi palco de um conflito separatista que durou três décadas, e são um novo passo em direção a implantação no local de uma interpretação radical da lei corânica.

Raihan Iskandar, vice-presidente do Parlamento de Aceh, assegurou em declarações ao diário "The Jakarta Globe", que a normativa conta com um grande respaldo social e político, apesar das críticas que suscitou fora da região situada ao norte da ilha de Sumatra.

"Recebemos muitos apoios para ratificá-la. Com esta norma esperamos conseguir um mandato claro para implementar a ‘lei’ em Aceh", assinalou.

Além disso, lembrou que a Lei de Governo de Aceh, aprovada pelo Legislativo central em 2006, autoriza a esta província a implementar o "código penal corânico", dado seu caráter de bastião do conservadorismo islâmico.

"Mas não podemos castigar ou apedrejar a pessoas cegamente. Se deverá fazer baseado nas regras e segundo o estipulado nos costumes locais", acrescentou Raihan Iskandar, do islamita Partido da Justiça e a Properidade (PKS).

Os detratores da lei sublinharam sua inconstitucionalidade, ao considerar que viola os Direitos Humanos, embora alguns analistas assinalaram que a Carta Magna da Indonésia sanciona os privilégios da província de Aceh para impor a lei religiosa.

Segundo os analistas, pelo menos 16 das 33 províncias da Indonésia aprovaram leis nos últimos anos influenciadas em maior ou menor medida em interpretações radicais da lei corânica.

O Movimento para a liberação de Aceh (Gerakan Aceh Merdeka, GAM) entregou as armas em 2005 em troca de um estatuto de autonomia e da convocação de eleições livres, vencidas pelo líder do grupo, Irwandi Yousef.

Fonte: Folha Online

Apóstolo Estevam consagra pedra fundamental da reconstrução da Igreja Renascer

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images Cerimônia em manhã ensolarada teve a presença do jogador Kaká
Em meio a uma emocionada multidão de fiéis, o Apóstolo Estevam e a Bispa Sonia Hernandes consagraram a pedra fundamental da reconstrução da Sede da Igreja Renascer em Cristo neste feriado de 7 de setembro. O ato solene, realizado na Lins de Vasconcelos 1108, no Cambuci, foi marcado pela presença do jogador de futebol Kaká, de membros e oficiais da Igreja Renascer. Cerca de mil pessoas estavam presentes ao ato.
Durante a cerimônia, o Apóstolo Estevam e a bispa Sonia oraram pela reconstrução da Sede e pelo povo."Nossas vidas são marcadas por momentos históricos e hoje é um momento histórico. Nunca pensamos que viveríamos um 7 de setembro tão especial quanto este", disse o Apóstolo. "Estamos muito emocionados, porque sabemos que o maior poder que existe é o da restauração", afirmou a Bispa Sonia.
O Apóstolo falou ao povo sobre a força de reconstrução que estava com Neemias e também de como Salomão se organizou para construir o templo do Senhor. "Deus deu a planta com detalhes a Davi, mas Salomão foi quem executou a vontade do Senhor. Nós estamos construindo para Deus e podemos declarar que até aqui muito nos ajudou o Senhor", afirmou o Apóstolo.
Emocionado, ele se recordou do primeiro dia em que entrou no prédio da Lins e também do dia do acidente, em 18 de janeiro deste ano, quando o teto da Igreja desabou. "Quando vi a imagem do desabamento, eu desabei junto. Mas o Espírito Santo me disse: reanima-te! Hoje o fogo do Senhor está derramado em nossas vidas e este fogo do Senhor nos faz colocar os pés na terra prometida… Nós todos choramos, mas no lugar da tristeza haverá dupla honra", disse ele."Se hoje é um dia especial, imagine o dia da inauguração! Nós enterramos hoje a cabeça do gigante", disse o Apóstolo e depois orou e clamou juntamente com o povo. Logo em seguida, a Pastora Fernanda Hernandes Rasmussen leu uma dedicatória escrita pelo Apóstolo em uma Bíblia encontrada no local no dia do acidente que dizia que "todas as gerações saberão que nós amamos ao Senhor mais do que nossas próprias vidas." A bispa Sonia então orou pelas famílias presentes e todos os pedidos e fotos foram entregues e colocados em uma urna.
O alvará definitivo para a reconstrução na nova Sede da Igreja Renascer foi aprovado no dia 15 de agosto deste ano. A reconstrução do novo templo deve durar cerca de 1 ano e meio. O projeto é do arquiteto José Lucena, que também esteve presente ao evento.
Manhã de Festa
A manhã ensolarada do dia 7 de setembro foi marcada por alegria e emoção para a liderança da Igreja Renascer e de festa e celebração, por todo o povo que acompanhou o ato de lançamento da pedra fundamental para a reconstrução da nova sede da Igreja Renascer em Cristo.
Para todos os que durante esses 9 meses aguardavam o dia de pisar novamente na sede, foi um dia muito especial. O Bispo Gê, que veio de Salvador especialmente para acompanhar o ato solene, disse que o significado espiritual desse ato é que traz a capacidade de desamarrar as situaçoes que ainda prendiam e acorrentavam o Brasil. "O Apóstolo, como a maior autoridade espiritual, traz conforme a palavra ministrada a reparação que alcançará as nossas vidas, a vida do povo e a dos jovens que terão orgulho de serem brasileiros". Presidente da Igreja Renascer e deputado federal, o Bispo Gê disse ainda que "esse dia é um marco espiritual muito importante para a Igreja".
Para o Bispo Zé Bruno, esse ato é mais um dia especial de Deus na vida do povo. "Esse dia ficará na nossa história somos bem-aventurados por participar desse dia, um dia de salvação, porque esse lugar, Lins de Vasconcelos 1108, sempre esteve ligado à salvação. Nunca mais vamos nos esquecer desse dia".
Emocionada, a Pastora Fernanda falou sobre a marca da sede na sua vida e na vida das pessoas. "Aqui é a nossa casa, onde nós recebemos a palavra, onde nós apresentamos nossos filhos e onde nós consagramos a nossas família. Hoje é um dia de grande alegria porque aqui nós enterramos a cabeça do gigante. O povo apostólico se levanta das ruínas para edificar um memorial eterno para todas as gerações, provando que esse povo apostólico ama ao Senhor. Hoje é o primeiro passo de uma construção muito grande, mas Deus vai nos ajudar a levantar um casa de honra a Ele".
Fonte: Comunicação Renascer

Brasil pode ter sua primeira Presidente evangélica

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Marina_Silva_2007 Politicamente correta, com biografia sem nódoas e uma doçura sem par, a senadora verde diz por que deixou o PT e o que defenderá na corrida à Presidência da República em 2010. 
Filha de seringueiros, ela foi semi-analfabeta até os 16 anos. Foi empregada doméstica, formou-se em História pela Universidade Federal do Acre e tornou-se a mais jovem senadora do país. Marina – uma ex-candidata a freira que se tornou evangélica e é missionária da igreja Assembléia de Deus desde 2004, fala um pouco de sua trajetória nessa entrevista concedida a revista Veja.
A senhora será candidata a presidente pelo Partido Verde?
Ainda não é hora de assumir candidatura. Há uma grande possibilidade de que isso aconteça, mas só anunciarei minha decisão em 2010.
Se sua candidatura sair, como parece provável, que perfil de eleitor a senhora pretende buscar?
Os jovens. Eles estão começando a reencontrar as utopias. Estão vendo que é possível se mobilizar a favor do Brasil, da sustentabilidade e do planeta. Minha geração ajudou a redemocratizar o país porque tínhamos mantenedores de utopia. Gente como Chico Mendes, Florestan Fernandes, Paulo Freire, Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, que sustentava nossos sonhos e servia de referência. Agora, aos 51 anos, quero fazer o que eles fizeram por mim. Quero ser mantenedora de utopias e mobilizar as pessoas.
Sua saída abalou o PT. Além da possibilidade de disputar o Planalto, o que mais a moveu?
O PT teve uma visão progressista nos seus primeiros anos de vida, mas não fez a transição para os temas do século XXI. Isso me incomodava. O desafio dos nossos dias é dar resposta às crises ambiental e econômica, integrando duas questões fundamentais: estimular a criação de empregos e fomentar o desenvolvimento sem destruir o planeta. O crescimento econômico não pode acarretar mais efeitos negativos que positivos. Infelizmente, o PT não percebe isso. Cansei de tentar convencer o partido de que a questão do desenvolvimento sustentável é estratégica ? como a sociedade, aliás, já sabe. Hoje, as pessoas podem eleger muito mais do que o presidente, o senador e o deputado. Elas podem optar por comprar madeira certificada ou carne e cereais produzidos em áreas que respeitam as reservas legais. A sociedade passou a fazer escolhas no seu dia a dia também baseada em valores éticos.
A crise moral que se abateu sobre o PT durante o governo Lula pesou na decisão?
Os erros cometidos pelo PT foram graves, mas estão sendo corrigidos e investigados. Quando da criação do PT, eu idealizava uma agremiação perfeita. Hoje, sei que isso não existe. Minha decisão não foi motivada pelos tropeços morais do partido, mesmo porque eles foram cometidos por uma minoria. Saí do PT, repito, por falta de atenção ao tema da sustentabilidade.
Ou seja, apesar de mudar de sigla, a senhora não rompeu com o petismo?
De jeito nenhum. Tenho um sentimento que mistura gratidão e perda em relação ao PT. Sair do partido foi, para mim, um processo muito doloroso. Perdi quase 3 quilos. Foi difícil explicar até para meus filhos. No álbum de fotografias, cada um deles está sempre com uma estrelinha do partido. É como se eu tivesse dividido uma casa por muito tempo com um grupo de pessoas que me deram muitas alegrias e alguns constrangimentos. Mudei de casa, mas continuo na mesma rua, na mesma vizinhança.
No período em que comandou o Ministério do Meio Ambiente, a senhora acumulou desavenças com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Como será enfrentá-la em sua eventual campanha à Presidência?
Não vou me colocar numa posição de vítima em relação à ministra Dilma. Quando eu era ministra e tínhamos divergências, era o presidente Lula quem arbitrava a solução. Não é por ter divergências com Dilma que vou transformá-la em vilã. Acredito que o Brasil pode fazer obras de infraestrutura com base no critério de sustentabilidade. Temos visões diferentes, mas não vou fazer o discurso fácil da demonização de quem quer que seja.
Um de seus maiores embates com a ministra Dilma foi causado pelas pressões da Casa Civil para licenciar as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira. A senhora é contra a construção de usinas?
No Brasil, quando a gente levanta algum "porém", já dizem que somos contra. Nunca me opus a nenhuma hidrelétrica. O que aconteceu naquele caso foi que eu disse que, antes de construir uma usina enorme no meio do rio, era preciso resolver o problema do mercúrio, de sedimentos, dos bagres, das populações locais e da malária. E eu tinha razão. Como as pessoas traduziram a minha posição? Dizendo que eu era contra hidrelétricas. Isso é falso.
Se a senhora for eleita presidente, proibirá o cultivo de transgênicos?
Eis outra falácia: dizer que sou contra os transgênicos. Nunca fui. Sou a favor, isso sim, de um regime de coexistência, em que seria possível ter transgênicos e não transgênicos. Mas agora esse debate está prejudicado, porque a legislação aprovada é tão permissiva que não será mais possível o modelo de coexistência. Já há uma contaminação irreversível das lavouras de milho, algodão e soja.
O que a senhora mudaria no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)?
Eu não teria essa visão de só acelerar o crescimento. Buscaria o desenvolvimento com sustentabilidade, para que isso pudesse ser traduzido em qualidade de vida para as pessoas. Obviamente, é necessário que o país tenha infraestrutura adequada. Mas é preciso evitar os riscos e problemas que os empreendimentos podem trazer, sobretudo na questão ambiental.
Na economia, faria mudanças?
Não vou me colocar no lugar dos economistas. Prefiro ficar no lugar de política. Em linhas gerais, acho que o estado não deve se colocar como uma força que suplanta a capacidade criativa do mercado. Nem o estado deve ser onipresente, nem o mercado deve ser deificado. Também gosto da ideia do Banco Central com autonomia, como está, mas acho que estão certos os que defendem juros mais baixos.
No seu novo partido, o PV, há uma corrente que defende a descriminalização da maconha. Como a senhora se posiciona a respeito desse assunto?
Não sou favorável. Existem muitos argumentos em favor da descriminalização. Eles são defendidos por pessoas sérias e devem ser respeitados. Mas questões como essa não podem ser decididas pelo Executivo, e sim pelo Legislativo, que representa a sociedade. A minha posição não será um problema, porque o PV pretende aprovar na próxima convenção uma cláusula de consciência, para que haja divergências de opinião dentro do partido.
Os Estados Unidos elegeram o primeiro presidente negro de sua história, Barack Obama. Ele é fonte de inspiração?
Eu também sou negra, mas seria muito pretensioso da minha parte me colocar como similar ao Obama. Ele é uma inspiração para todas as pessoas que ousam sonhar. A questão racial teve um peso importante na eleição americana. Mas os Estados Unidos têm uma realidade diferente da do Brasil. Eu nunca fui vítima de preconceito racial aqui.
A senhora poderia se apresentar como uma candidata negra na campanha presidencial?
Não. É legítimo que as pessoas decidam votar em alguém por se identificar com alguma de suas características, como o fato de ser mulher, negra e de origem humilde. Mas seria oportunismo explorar isso numa campanha. O Brasil tem uma vasta diversidade étnica e deve conviver com as suas diferentes realidades. Caetano Veloso (cantor baiano) já disse que "Narciso acha feio o que não é espelho". Nós temos de aprender a nos relacionar com as diferenças, e não estimular a divisão. A história engraçada é que, durante as prévias do Partido Democrata americano, quando a Hillary Clinton disputava a vaga com Obama, um amigo meu brincou comigo dizendo que os Estados Unidos tinham de escolher entre uma mulher e um negro, e, se eu fosse candidata no Brasil, não teríamos esse problema, porque sou mulher e negra.
A senhora é a favor da política de cotas raciais para o acesso às universidades?
Há quem ache que as cotas levam à segregação, mas eu sou a favor de que se mantenha essa política por um período determinado. Acho que há, sim, um resgate a ser feito de negros e índios, uma espécie de discriminação positiva.
Mas a senhora entrou numa universidade pública sem precisar de cotas, embora seja negra, de origem humilde e alfabetizada pelo Mobral.
Sou uma exceção. Tenho sete irmãos que não chegaram lá.
Aos 16 anos, a senhora deixou o seringal e foi para a cidade, a fim de se tornar freira. Como uma católica tão fervorosa trocou a Igreja pela Assembleia de Deus?
Fui católica praticante por 37 anos, um aspecto fundamental para a construção do meu senso de ética. Meu ingresso na Assembleia de Deus foi fruto de uma experiência de fé, que não se deu pela força ou pela violência, mas pelo toque do Espírito. Para quem não tem fé, não há como compreender. Esse meu processo interior aconteceu em 1997, quando já fazia um ano e oito meses que eu não me levantava da cama, com diagnóstico de contaminação por metais pesados. Hoje, estou bem.
A senhora é mesmo partidária do criacionismo, a visão religiosa segundo a qual Deus criou o mundo tal como ele é hoje, em oposição ao evolucionismo?
Eu creio que Deus criou todas as coisas como elas são, mas isso não significa que descreia da ciência. Não é necessário contrapor a ciência à religião. Há médicos, pesquisadores e cientistas que, apesar de todo o conhecimento científico, creem em Deus.
O criacionismo deveria ser ensinado nas escolas?
Uma vez, fiz uma palestra em uma escola adventista e me perguntaram sobre essa questão. Respondi que, desde que ensinem também o evolucionismo, não vejo problema, porque os jovens têm a oportunidade de fazer suas escolhas. Ou seja, não me oponho. Mas jamais defendi a ideia de que o criacionismo seja matéria obrigatória nas escolas, nem pretendo defender isso. Sou professora e uma pessoa que tem fé. Como 90% dos brasileiros, acredito que Deus criou o mundo. Só isso.
A senhora é contra todo tipo de aborto, mesmo os previstos em lei, como em casos de estupro?
Não julgo quem o faz. Quando uma mulher recorre ao aborto, está em um momento de dor, sofrimento e desamparo. Mas eu, pessoalmente, não defendo o aborto, defendo a vida. É uma questão de fé. Tenho a clareza, porém, de que o estado deve cumprir as leis que existem. Acho apenas que qualquer mudança nessa legislação, por envolver questões éticas e morais, deveria ser objeto de um plebiscito.
Fonte: Revista Veja