Crime satânico é elucidado por universitário

Um dos mais cruéis assassinatos nos últimos anos no Brasil foi elucidado graças a um estudante gaúcho que vive a 4,6 mil quilômetros do local do crime.

marcos-vinícius-fonseca O homicídio aconteceu em Belém (PA), em 21 de julho. Cíntia Oliveira, 16 anos, foi assassinada num cemitério por um grupo de jovens, que ainda bebeu parte do seu sangue.

O homicídio só foi elucidado porque os autores, em conversas via internet, divulgaram a história. Um dos interlocutores dos assassinos, o porto-alegrense Marcos Vinícius Fonseca Neto – que cursa História na PUCRS – acionou a Polícia Civil, o que provocou a prisão dos autores do crime. Eles confessaram ontem o homicídio, praticado durante um ritual satânico.

Marcos, 29 anos, conheceu os assassinos num jogo de RPG. Eles se apresentaram como integrantes de uma seita satânica, chamada Dark Angels. Foram meses de jogos e conversas. Desconfiado, ele pôs em dúvida o satanismo dos interlocutores.

Via skype, entrou em contato com o suposto líder do bando, Ezequiel Abreu Calado, 18 anos. Para surpresa de Marcos, Ezequiel detalhou rituais e confessou o assassinato de Cíntia. Ainda mandou pela internet uma cópia de uma notícia de jornal, na qual aparece uma foto da jovem, morta, no cemitério.

“Gravei-o confessando o homicídio e mandei a cópia da gravação para o Disque-Denúncia da Polícia Civil gaúcha”, relata Marcos.

Uma outra garota, também integrante da seita, igualmente confessou e detalhou o crime. As duas gravações feitas por Marco foram repassadas pelos policiais gaúchos a colegas do Pará. Foi em decorrência delas que a Justiça autorizou a prisão temporária dos envolvidos no crime.

Foram presos Ezequiel, Nancy Danielly da Silva Amorim (ambos de 18 anos), e apreendidos outros dois adolescentes – um garoto de 15 anos e uma garota de 16 anos. Eles confessaram participação no assassinato. Nancy, em depoimento, admitiu ter atraído a vítima até o encontro com Ezequiel. Os presos confessaram serem adeptos do vampirismo e de rituais satânicos.

“A motivação praticamente está definida, é a magia negra. O surgimento de uma gravação feita por esse internauta do Rio Grande do Sul agilizou as investigações”, declarou à Rede Globo o delegado Eduardo Rollo, responsável pelas investigações no Pará.

O universitário Marcos Vinícius Fonseca, virou exemplo, orgulho da mãe e das irmãs. Aficionado em RPG, um tipo de jogo eletrônico via internet, ele prefere se enxergar como um “detetive virtual”.

Fonte: Jornal Zero Hora

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