José do Egito estreia na Record

jose-do-egitoDesde que a Record levou ao ar sua primeira minissérie bíblica – A História de Ester, em 2010 –, os investimentos nas produções do gênero só aumentaram. Naquela época, foram gastos cerca de R$ 4,5 milhões. Agora, três anos depois, a emissora apostou ainda mais alto: R$ 7 milhões só em cenografia. Cada capítulo – serão 28 no total – tem um custo de cerca de R$ 850 mil. E as próximas duas minisséries já estão definidas na grade da programação de 2014 e 2015, respectivamente: uma sobre os Dez Mandamentos e outra sobre a vida de Jesus. “‘Rei Davi’ fez com que nós déssemos esse salto, tanto em qualidade quanto em audiência. Davi ficou por 19 capítulos em primeiro lugar absoluto no Rio de Janeiro. A gente tem certeza que com José do Egito não vai ser diferente”, acredita Anderson de Souza, diretor de dramaturgia da Record.

Os números também são altos em outros aspectos. A minissérie, que estreou na quarta-feira (30), conta com 4 mil figurantes, que serão multiplicados através de computação gráfica em algumas cenas. Além disso, foram confeccionadas 4 mil peças de vestuário. O trabalho da equipe de figurino, aliás, foi minucioso. Houve a preocupação em vestir o núcleo dos hebreus de maneira diferente da que foi feita em Rei Davi e um cuidado especial com o núcleo do Egito.

“Eu tinha muito medo de virar um carnaval, porque as referências que a gente tem do Egito são muito carregadas, muito cafonas. São materiais difíceis de trabalhar”, explica a figurinista Carol Li, que ficou satisfeita com o resultado no vídeo. Principalmente porque as imagens de José do Egito são captadas com câmeras Arri Alexa, as mesmas utilizadas em produções como Game of Thrones, Hugo Cabret e Os Vingadores, para obter uma linguagem cinematográfica. “A televisão, até pouco tempo, unificava tudo, não tinha profundidade. E essa câmera deixa tudo mais bonito. Então, o meu trabalho fica mais bonito também”, conclui Carol.

A história conta a saga de José, que é vendido como escravo pelos próprios irmãos e levado para o Egito. Lá, passa por várias provações até se tornar governador. Para interpretar as duas etapas do protagonista, foram escalados os atores Rick Tavares, que encarna a fase jovem, e Angelo Paes Leme, que vive a fase adulta. “Depois de Vidas em Jogo, o (Alexandre) Avancini me chamou para fazer o teste e passei logo de primeira”, conta Rick, que precisou mudar o visual para a minissérie e colocar aplique nos cabelos. “Aprendi coisas que eu nem sabia, como por exemplo, a utilização correta do condicionador, que só deve ser aplicado nas pontas dos cabelos”, revela, aos risos.

Vários personagens são interpretados pelo mesmo ator durante a minissérie inteira. Para que a passagem de tempo ficasse crível no vídeo, a equipe de caracterização apostou em elementos como barbas e cabelos brancos no núcleo hebreu. Com os personagens do Egito, o trabalho foi um pouco mais difícil por eles não terem pelos no rosto. Mas a solução foi encontrada durante um congresso, em Los Angeles, que Vavá Torres, supervisor de caracterização, participou ano passado. “Conheci um novo processo de envelhecimento, o mesmo feito no filme O Curioso Caso de Benjamin Button. É um material que se aplica na pele que forma rugas, bolsas nos olhos. É muito rápido de aplicar”, explica.

Outra dificuldade encontrada durante o processo de produção da minissérie foi retratar de forma fiel uma época tão remota como a de 3700 anos atrás. Por isso, as locações tiveram grande importância. Algumas cenas foram gravadas no deserto do Atacama, no Chile. Já no Egito e em Israel, o diretor Alexandre Avancini e parte de sua equipe garantiram vários stock shots. “Nas gravações, passamos por lugares extremos, com diversas variações de temperatura, incluindo climas extremamente secos, muita poeira, vento e areia”, relembra Avancini. No RecNov – complexo de estúdios da Record na zona oeste do Rio de Janeiro – foram construídas duas cidades cenográficas, um acampamento com 25 tendas e mais 26 cenários. “Arte, cenografia e figurino têm um trabalho maior devido ao grau de acabamento exigido para esse tipo de produção”, acrescenta o diretor.

Quem é quem

José (Ricky Tavares/Angelo Paes Leme) – É o filho mais novo e favorito de Jacó (Celso Frateschi). Inteligente e sensível, às vezes é imaturo. É vendido como escravo pelos irmãos. Mais tarde, torna-se governador do Egito.

Jacó (Celso Frateschi) – É um homem honrado e trabalhador, pai de 12 filhos. É casado com Lia (Denise Del Vecchio) e Raquel (Mylla Christie) e ainda tem Zilpa (Andréa Avancini) e Bila (Carla Cabral) como concubinas. Mantém as tradições de seu povo.

Raquel (Mylla Christie) – Esposa amada de Jacó. Sofre com a inveja da irmã Lia, com quem disputa a atenção do marido. Engravida, depois de muitos anos, de José, fruto de um milagre, já que era estéril. Morre ao dar à luz seu segundo filho, Benjamin (Eduardo Melo/Gustavo Leão).

Lia (Denise Del Vecchio) – Irmã mais velha de Raquel e esposa de Jacó. Inveja a irmã e adora fazer intrigas. Envenena Simeon (Caio Junqueira) e os outros filhos contra José.

Judá (Victor Hugo) – Quarto filho de Jacó e Lia. Sugere que os irmãos vendam José como escravo para livrá-lo da morte, mas sente remorso pelo que fez. É casado com Elisa (Babi Xavier), mas fica viúvo e se envolve com sua nora, Tamar (Camila Rodrigues).

Diná (Marcela Barrozo/Samara Felippo) – Única filha mulher de Jacó. É estuprada pelo jovem Siquém (Paulo Nigro). Depois disso, fica deprimida e não consegue reagir. Tempos depois, se apaixona por Gibar (Caetano O´Maihlan).

Tamar (Camila Rodrigues) – Mulher de Er (Binho Beltrão) e depois de Onã (Henrique Ramiro), ambos filhos de Judá. Fica viúva dos dois maridos. Alguns anos depois, engravida de seu sogro, por quem se apaixona.

Potifar (Taumaturgo Ferreira) – Compra José de um mercador de escravos. Vira mentor do jovem e o coloca como mordomo de sua casa. É o comandante da guarda pessoal do Faraó, fiel, bom caráter, incansável, grande estrategista. Faz todas as vontades de sua esposa Sati.

Sati (Larissa Maciel) – Mulher de Potifar (Taumaturgo Ferreira), vive bem com o marido, mas não resiste a uma aventura extraconjugal. Apaixona-se por José. Aos poucos, o desejo de se deitar com ele vira uma obsessão.

Hapu (Iran Malfitano) – Servo de Potifar. Humilha José, a quem tenta provocar sempre.

Pentephres (Eduardo Lago) – Também conhecido como Sacerdote de Om, é pai de Azenate (Ana Rita Cerqueira/Maytê Piragibe). Tem uma relação de carinho e amor pela filha e não se conforma quando ela desiste do sacerdócio por causa de José, um escravo e ainda por cima estrangeiro.

Azenate (Ana Rita Cerqueira/Maytê Piragibe) – Enfrenta a fúria do pai por desistir de se tornar uma sacerdotisa pelo amor que sente por José. Tem conflitos religiosos também com seu amado, já que José adora somente o Deus de Israel, enquanto ela idolatra vários deuses do Egito.

Faraó (Leonardo Vieira) – Idolatrado pelo povo egípcio, é o homem mais poderoso daquele tempo e um bom líder. Apaixonado por sua esposa, Tany. Faz de José o governador do Egito depois que ele lhe interpreta os sonhos.

Tany (Bianca Rinaldi) – Mulher do Faraó. Linda, discreta, paciente e sábia. Está sempre do lado do bem e da justiça. Tenta abrir o olho de Faraó contra Pentephres, seu conselheiro.

Audiência

De acordo com dados prévios, “José” estreou com 12 pontos de média e 14 de pico. No horário, a Globo foi líder com 19 pontos. A estreia da minissérie só perdeu para “Sansão e Dalila” (2011), que cravou 13 no primeiro episódio.

Fonte: Creio

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