Ex-Ronaldinha conta transformação de prostituta para evangelista

vivi1Nascida em Jundiaí, Viviane Brunieri passou a infância e a adolescência em Peruíbe, lirotal de SP. Nessa época, competia como atleta de bodyboarding e participava de concursos de beleza, até que foi para o Japão, aos 15 anos, reencontrar a mãe que não via há cinco.
A ex-Ronaldinha diz que seu maior sonho era ficar perto da mãe e dar continuidade à carreira de surfista. “Em menos de um ano o diabo roubou vários dos meus sonhos. Em pouco tempo, eu já estava trabalhando na noite, em um karaokê, como recepcionista”, conta.
Em 1996 a jovem tornou-se namorada de Ronaldinho, o craque do futebol brasileiro e assim tornou-se conhecida da mídia.
vivi2Em recente entrevista, Viviane conta como se envolveu com drogas, prostituição, máfia japonesa e filmes pornográficos, mas também como mudou de vida ao encontrar Jesus.
Aos 16 anos ela teve sua primeira experiência como prostituta. “Quando eu digo prostituta, algumas pessoas se escandalizam, mas não tem outra palavra. Alguns falam acompanhante, garçonete, mas recepcionista, que trabalha em karaokê no Japão, não vive do salário, apesar de ser remunerada para limpar as mesas, servir e conversar com os clientes. Quando uma mulher se submete a trabalhar na noite, não é para ser garçonete. É já na esperança de encontrar um cliente que vai bancar, realizar seus sonhos. Eu nunca falei com detalhes, mas sinto que é hora de falar. Um cliente me convidou para fazer um passeio em uma praia, em um iate que ele tinha. Eu fui para essa viagem. O fetiche dele era tirar fotografias minhas, mas não parou nas fotos. Nós não tivemos a relação em si, mas teve sexo oral. E ali, para mim, foi muito forte, como se todos os sonhos fossem roubados. Você dorme de um jeito e acorda de outro. Eu não sou mais aquela menina. Ele me pagou 10 mil dólares”, lembra.
Lá no Japão ela se assumiu como prostitua e conquistou importantes clientes até abrir sua própria casa, a ‘Garota de Ipanema’, com proteção de um grupo da máfia japonesa.
Pouco tempo depois, Viviane teve contado com as drogas e a homossexualidade. “Eu já bebia bastante para aguentar os programas. Então conheci uma droga muito usada no Japão, a metanfetamina, que inibe o apetite e acelera o metabolismo. Experimentei todas as drogas, mas essa era a que mais usava. Em nenhum programa eu estava de cara limpa, sempre drogada. Nessa época, fiz o meu primeiro aborto, por conta do relacionamento com um integrante famoso da Yakuza. Isso mexeu muito comigo. Depois, aos 18 anos, tive meu primeiro relacionamento com uma mulher, uma filipina. Vivemos juntas por um ano”, relata.
Ao vir passar um mês no Brasil e querendo dar um tempo das drogas, ela conheceu Ronaldo.
Viviane tentou fazer um curso de teatro para mudar de vida e foi com o irmão para um flat no Rio de Janeiro, mesmo flat que o ‘Fenômeno’ estava fazendo fisioterapia. Se eu visse o Ronaldo não saberia quem ele era, não conhecia. Foi meu irmão, que também era jogador, quem me disse e na hora eu pensei: dinheiro eu tenho, bonita eu sou, mas preciso de fama. Lembrei de algumas famosas, que continuam na mídia por terem namorado famosos, era o que eu precisava. Foi tudo premeditado. Meu irmão disse que ele já estava de olho em mim, nos viu na piscina, perguntou se a gente era namorado e nos convidou para ir em um pagode. Em menos de um semana a gente já estava namorando. Isso foi em 1996″, lembra.
ronaldo3O relacionamento ia bem até que os empresário do jogador começaram a querer saber como uma garota nova tinha tanto luxo como ela. Um dia, após beber, Viviane contou tudo sobre a casa noturna e o caso com outra mulher e o namoro acabou.
Ela foi para o Japão resolver o que precisava e voltou para o Rio, então conheceu Nádio, outra ex-namorada de Ronaldo. Foi aí que surgiu a ideia das Ronaldinhas. “O nome Ronaldinhas foi ideia de um fotógrafo. Fomos capa [da Playboy] em 13 países e então veio a dupla musical, em 1998”.
Até 2000 tudo continuou assim, até que o pai de Viviane morreu. Nessa época ela teve o primeiro contato com o Evangelho. “Deus usou uma moça para dizer tudo o que eu precisava ouvir. Comecei a caminhar com Cristo, entendi a morte do meu pai e passei a renunciar algumas coisas. Em 2002, fui trabalhar na Copa como repórter de uma emissora japonesa. Reencontrei um ex-namorado e engravidei do meu primeiro filho, depois de três abortos e um ovário retirado. Também voltei a encontrar o Ronaldo e entrevistei ele. Isso gerou muita polêmica, acharam que eu poderia estar grávida dele, mas não estava. Ele era casado com a Milene na época, que é muito minha amiga, até hoje”, conta.
Em 2005 ela voltou para o Japão. “Eu ainda estava em processo de conversão, mas esbarrava na questão financeira. Achava que dava para conciliar, mas aos poucos entendi que não”, então resolveu deixar tudo e voltar para Peruíbe. Mas, ao levar o filho para ver a família do Japão, voltou a beber e se drogar, e teve outra filha.
Após três anos no Japão, um convite para fazer filmes pornôs no Brasil foi o que a trouxe de volta.
A primeira cena a fez chorar muito e não foi aproveitada. A última cena foi com vários homens e foi sugerida por ela, que queria se vingar de algumas pessoas.
ronaldo4Depois disso, vieram os programas. “Até que, em fevereiro de 2009, em Joinville (SC), fiz show em uma casa noturna e um empresário da cidade quis fazer programa com a Ronaldinha. Eu acordei de madrugada, em um quarto de motel, sozinha e nua. Quando eu olhei na cabeceira, tinha um bolo de dinheiro, uns R$ 5 mil, e preservativos no chão. Fiquei desesperada, não lembrava com quem eu tinha ido, com quantos homens, o que tinha feito. O meu produtor disse que eu estava louca, que ninguém me segurava. Depois desse dia, procurei o meu pastor, uma médica e acabei ficando um mês internada. Foi quando aconceceu minha conversão definitiva”
Desde essa época, as experiências da ex-Ronaldinha passaram a ser usadas para evangelizar e alertar jovens sobre as ‘maria-chuteiras’. Hoje tenho uma parceria com a Escola de Formação para o Futebol Profissional (EFAF-PRO), que atua com atletas pré-adolescentes e adolescentes. Fazemos peneiras por todo o Brasil, é um centro de treinamento, minha parte é evangelizar, pregar e até batizar”, descreve.
vivi4Embora seja realmente convertida, Viviane lembra que resiste diariamente à tentação. “A libertação é diária, sempre existe o temor de uma recaída. Até 2011, eu ainda recebia propostas para gravar cenas que não tinha feito. Fora empresários ligando para ir a festas. Uma coisa é você recusar R$ 300 mil quando tem R$ 1 milhão na conta, outra é recusar não tendo dinheiro para comprar o leite para a filha, como aconteceu comigo. Mas eu resisti”.
Ao falar dos comentários maldosos e xingamentos que já recebeu na internet, ela diz que antes era verdade, mas hoje tudo mudou. Foi por Deus que eu consegui me livrar de todo o mal que estava sobre minha vida. E através de mim, várias garotas de programa têm se convertido. Também digo para os jovens que não se iludam com o mundo da pornografia. Não vai abrir portas, só a do cemitério. Sei que eu incomodo, mas o que tenho a dizer é que não posso me calar. Ser cristão é muito mais do que frequentar uma igreja, vem de dentro para fora. Eu vivi no meio de gente que tem milhões, mas nada traz essa paz”, conclui.
 Fonte: Guiame e Globo.com

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